O nosso último projeto reflete a nossa necessidade de aprender pela e com a nossa comunidade. Já foram várias as oportunidades que tivemos para aprender nos diversos espaços e com os diversos intervenientes que formam a nossa comunidade em Samora Correia. A visão da escola além das suas limitações físicas alargam estas condições de ensino-aprendizagem que preparam as crianças para o essencial que é a própria vida.
No livro The global achievement gap, o investigador Tony Wagner, afirma que o que está a ser ensinado ás crianças nas escolas, é o oposto ao que eles deveriam estar a aprender para triunfarem nas suas carreiras, numa economia global. Aquilo que designa por 7 competências básicas de sobrevivência:
Pensamento critico, capacidade de resolução de problemas, cooperação, espírito de iniciativa, capacidade de comunicação oral e escrita, criatividade e imaginação.
Foram estas as competências básicas que tentámos desenvolver no desafio da elaboração do nosso mapa da cidade. Vamos refletir sobre os espaços, os ensinamentos e a localização de cada um desses espaços que são para os frescos uma referência.
Divididos por grupos de trabalho cada elemento retratou um espaço, procurando imagens reais e associando-lhes os seus registos pessoais, fruto das suas vivências escolares.
Esse exercício foi feito nas diversas áreas da nossa sala, no tapete da garagem desenharam trajetórias possíveis para chegar ao mesmo local por diferentes vias...
No computador aprenderam a ouvir e seguir indicações de espaço, usando um mapa de orientação espacial...Assim fomos aprendendo a traçar trajetos que conhecemos mentalmente e com os quais estamos já muito familiarizados.
As construções sugerem formas de realizar esses registos. Os lugares são rodeados por pontos de referência, o aspecto físico desses espaços associados ás atividades aí realizadas tornam mais fácil a sua localização e representação num mapa de verdade.
Depois de representar de mil formas estes percursos podemos realmente começar a desenhar no mapa cada forma de lá chegar, tendo a escola como ponto de partida e de chegada. Observámos diferentes mapas e sabemos como representar áreas de jardim, estradas...
Recorremos ao nosso arquivo fotográfico e definimos os espaços mais interessantes para nós...
Associámos a esses espaços as atividades que já aí vivemos...
Continuamos a ensaiar forma de construir mapas a duas e a três dimensões...
O papel torna-se pequeno e vamos acrescentando novos troços de caminho para alcançar todos os pontos de referência, mesmo os que estão mais distantes da escola.
A curiosidade é algo inexplicável e dentro deste projeto surge um outro relacionado com os CTT(um dos espaços a representar no mapa), porque tem o cavalo no seu símbolo? Ana 5anos
Foi tempo de criar novo grupo de trabalho para atender a esta descoberta...
Descobrimos que ao longo dos tempos os correios mudaram os edifícios, o fardamento e os meios de recolha e entrega de correio...registámos tudo e juntámos esta a outras informações já recolhidas e que farão parte do nosso guia da cidade.
O nosso mapa terá uma guia que explica cada um dos espaços, a sua utilidade e as experiências que já aí vivemos.
É necessário criar legendas para as nossas imagens...
Ultimam-se os pormenores e em breve é feita a reunião de apresentação do nosso mapa da cidade.
Aqui está ele pronto a ser apresentado ao grupo.
Multifacetada, a noção de espaço é, deste modo, um processo de amadurecimento que pode ser favorecido pela escola e na infância, basta que as crianças tenham condições para pensar sobre a realidade em que vivem e que as cerca.
Ed Milena Branco