Somos grupo

Nos primeiros dias do novo ano, os espaços gritam para serem usados e desbravados os seus recursos aí existentes. Assim no Atelier de expressões deixei várias cartolinas coloridas e lápis de cera para poderem rabiscar. Pouco interessa o autor de cada produção, esse não é o objetivo. A proposta convida a conhecer o espaço do atelier, a juntar crianças que se interessam por ele, pela cor do papel, pelos lápis de cera, pelas marcas que vão deixando nesse suporte...
No final da manhã a parede do atelier está mais colorida! Tantas explorações, tantos traços, tantas intensidades, tantas cores...
Tenho uma ideia! Guardo-a para apresentar ao grupo no dia seguinte...

Pergunto quem irá fazer anos em breve... A E: levanta de imediato a mão, «EU!», vamos fazer um mapa dos aniversários? Os exploradores que estiveram no ano passado sabem do que falo e peço que expliquem aos novos amigos o que é esse mapa, a E. explica:« É do dia dos anos dos meninos». Trago para a roda as cartolinas que estão na oficina, vamos usa-las? 
Trago colas e tiras de Eva coloridas, vamos colar à volta!
Nessa manhã tirámos fotos a cada membro da equipa para poder colar no mapa!
 
Colamos cada foto numa «casinha» que fazemos com as tiras de Eva...
Cada criança segura uma foto (mesmo não sendo a sua) e vou chamando pelo nome « quem tem o S.
Colamos todos os elementos do grupo!
 Depois de terminado colocámos o nosso mapa na entrada da sala, à altura das crianças para que todas o possam ler e tocar, reforçando que é preciso ver e tocar com cuidado para não estragar o nosso mapa!
Ao final da tarde, aquando da chegada das famílias todos o exibem com orgulho e apontam o seu aniversário. Sabem ler o mapa, sabem quem será o primeiro a fazer 3 anos e quem se segue a ele...

É na relação entre pares e com os adultos de referência  que a criança se vai reconhecendo como pessoa de valor, direito e deveres. Um sujeito de ação, de decisão, que merece participar e planear a sua própria ação.
Nascem as perguntas sobre si, sobre os outros e surgem os primeiros sentimentos de identificação com os eles. Nasce a noção de grupo. Aprendem cedo a expressar-se, a comunicar aos outros o que sentem, o que desejam... aprendem a aceitar a existência da vontade e identidade do outro, mesmo que não a aceitem na totalidade...
Este sentido de grupo cresce nas celebrações, os objetos que se partilham, nos conflitos que se enfrentam e se resolvem, na partilha e apoio do outro e a si próprio pela ação do outro...
O uso das suas múltiplas linguagens e inteligências abrem todas estas portas no que diz respeito à socialização.
Somos efetivamente um grupo!