Hoje vamos falar de Espaços e num espaço muito em concreto, o espaço do Atelier dentro da nossa sala.
O espaço é visto como um terceiro educador exatamente porque é um espaço vivo, que comunica connosco, com o grupo e com outros espaços dentro da escola. Podemos até falar do espaço como um recurso material que apresenta a prática pedagógica que ali se desenrola, ao mesmo tempo que é um espelho das pessoas que o habitam. Quantas vezes o espaço da sala se transforma em memória viva do percurso do grupo? Mesmo quando não está lá dentro ninguém do grupo ou da equipa, é um recurso que nos apresenta, que conta a nossa história, que respira cuidado, estética... cultura.
« O ensino não pode esquecer a estética» Vea Vecchi
«A experiência estética (...) pode promover um estado de ânimo, que encoraja explorações, investigações, modos de percepção e de representação, bem como de encantamento.(...) As escolas não são espaços apenas destinados à instrução, são espaços especiais, repletos de beleza que oferecem uma ampla fonte de estímulos, muitas linguagens poéticas, sobretudo visuais.» Vecchi,2017, citada em A reinvenção da educação infantil,uma experiência de Reggio Emilia
É assim que olho o meu espaço, tento levar para ele um cuidado estético, visual, que promova harmonia entre a vida, a natureza, a criatividade e o crescimento holístico de cada criança atendendo e dando VOZ ás suas múltiplas linguagens. Na minha sala há um espaço que é para nós muito importante, o espaço do Atelier, e é dele que vamos falar hoje!
Algum tempo atrás frequentei uma formação em Leiria, «Pedagogia da cor» com a formadora, artista plástica e atelierista, Maya Kemple, e depois deste dia entendi a ideia de Bateson, quando refere que « não saímos iguais depois do encontro com o Belo...» A experiência estética e da compreensão, não só dos materiais mas sobretudo sua materialidade, transformou a minha prática. A percepção da relação entre os objetos e destes entre si, foram vividos por mim numa investigação profunda onde coloquei em desafio a minha própria criatividade, as minhas diversas linguagens artísticas e estéticas.
Este mergulho estético e o desbravamento de novas visões «virou» a página no meu percurso como educadora pesquisadora. Compreendi o papel deste espaço dentro da minha sala e vi a falta que ele fazia ao grupo até então...
Depois desta experiência compreendi melhor a definição de Vecchi sobre o Atelier, pois ele «serve a duas funções: em primeiro lugar, ele oferece um local onde as crianças podem tornar-se mestres de todos os tipos de técnicas, tais como pintura, desenho e trabalhos com barro- todas as linguagens simbólicas. Em segundo lugar ajuda que os professores compreendam como as crianças inventam veículos autónomos de liberdade expressiva, de liberdade cognitiva, de liberdade simbólica e vias de comunicação. O Atelier tem um efeito importante, provocador e perturbador sobre ideias didácticas ultrapassadas» (As cem linguagens da criança, vol.I)
Não podia guardar toda esta experiência apenas para mim, é preciso que mais educadores se encontrem com este caminho. Que o Sintam e Vivam de forma integral, tal como as crianças o podem viver! Sempre que o Educador se dispõem a conhecer os materiais, as técnicas, a relação entre eles e a criatividade, sempre que estuda e compreende o desenvolvimento da expressão plástica e artística da criança e os passa a entender, dá às crianças, com quem trabalha, novos horizontes, mais amplos e repletos de oportunidades criativas, estéticas e culturais.
É disto (e de outros assuntos relacionados) que falaremos na oficina de Atelier Criativo, que irá decorrer no Recreio Sítio da Educação, já no próximo dia 23 de março pelas 10h. Uma oficina dividida por 3 módulos: o primeiro fala-nos da base, as Linguagens bi-dimensionais do desenho e da linha, onde iremos adquirir conhecimento sobre as etapas de desenvolvimento da expressão plástica e sobre materiais e métodos indicados para crianças e contribuir para o auto-conhecimento e o desenvolvimento criativo dos próprios educadores.
No segundo Modulo que irá decorrer no dia 27 de Abril, faremos a apresentação e experimentação de materiais adequados para apoiar a expressão plástica das crianças, nomeadamente na pintura: Materiais secos e líquidos com foco no conceito da cor.
Por fim no terceiro módulo que irá decorrer a 22 de Junho, falaremos sobre materiais Tridimensionais
Explorando materiais tridimensionais como o barro, materiais de reciclagem. A nossa oficina terminará com uma reflexão sobre o papel do adulto na arte-pedagogia e quem sabe lançará a semente para novos olhares sobre os espaços dentro da vossa sala?
Não percam esta oportunidade e juntem-se à nossa turma de educadores investigadores. Faz a tua inscrição através do link.
Até breve.
Milena Branco
O espaço é visto como um terceiro educador exatamente porque é um espaço vivo, que comunica connosco, com o grupo e com outros espaços dentro da escola. Podemos até falar do espaço como um recurso material que apresenta a prática pedagógica que ali se desenrola, ao mesmo tempo que é um espelho das pessoas que o habitam. Quantas vezes o espaço da sala se transforma em memória viva do percurso do grupo? Mesmo quando não está lá dentro ninguém do grupo ou da equipa, é um recurso que nos apresenta, que conta a nossa história, que respira cuidado, estética... cultura.
« O ensino não pode esquecer a estética» Vea Vecchi
«A experiência estética (...) pode promover um estado de ânimo, que encoraja explorações, investigações, modos de percepção e de representação, bem como de encantamento.(...) As escolas não são espaços apenas destinados à instrução, são espaços especiais, repletos de beleza que oferecem uma ampla fonte de estímulos, muitas linguagens poéticas, sobretudo visuais.» Vecchi,2017, citada em A reinvenção da educação infantil,uma experiência de Reggio Emilia
É assim que olho o meu espaço, tento levar para ele um cuidado estético, visual, que promova harmonia entre a vida, a natureza, a criatividade e o crescimento holístico de cada criança atendendo e dando VOZ ás suas múltiplas linguagens. Na minha sala há um espaço que é para nós muito importante, o espaço do Atelier, e é dele que vamos falar hoje!
Algum tempo atrás frequentei uma formação em Leiria, «Pedagogia da cor» com a formadora, artista plástica e atelierista, Maya Kemple, e depois deste dia entendi a ideia de Bateson, quando refere que « não saímos iguais depois do encontro com o Belo...» A experiência estética e da compreensão, não só dos materiais mas sobretudo sua materialidade, transformou a minha prática. A percepção da relação entre os objetos e destes entre si, foram vividos por mim numa investigação profunda onde coloquei em desafio a minha própria criatividade, as minhas diversas linguagens artísticas e estéticas.
Este mergulho estético e o desbravamento de novas visões «virou» a página no meu percurso como educadora pesquisadora. Compreendi o papel deste espaço dentro da minha sala e vi a falta que ele fazia ao grupo até então...
Depois desta experiência compreendi melhor a definição de Vecchi sobre o Atelier, pois ele «serve a duas funções: em primeiro lugar, ele oferece um local onde as crianças podem tornar-se mestres de todos os tipos de técnicas, tais como pintura, desenho e trabalhos com barro- todas as linguagens simbólicas. Em segundo lugar ajuda que os professores compreendam como as crianças inventam veículos autónomos de liberdade expressiva, de liberdade cognitiva, de liberdade simbólica e vias de comunicação. O Atelier tem um efeito importante, provocador e perturbador sobre ideias didácticas ultrapassadas» (As cem linguagens da criança, vol.I)
Não podia guardar toda esta experiência apenas para mim, é preciso que mais educadores se encontrem com este caminho. Que o Sintam e Vivam de forma integral, tal como as crianças o podem viver! Sempre que o Educador se dispõem a conhecer os materiais, as técnicas, a relação entre eles e a criatividade, sempre que estuda e compreende o desenvolvimento da expressão plástica e artística da criança e os passa a entender, dá às crianças, com quem trabalha, novos horizontes, mais amplos e repletos de oportunidades criativas, estéticas e culturais.
É disto (e de outros assuntos relacionados) que falaremos na oficina de Atelier Criativo, que irá decorrer no Recreio Sítio da Educação, já no próximo dia 23 de março pelas 10h. Uma oficina dividida por 3 módulos: o primeiro fala-nos da base, as Linguagens bi-dimensionais do desenho e da linha, onde iremos adquirir conhecimento sobre as etapas de desenvolvimento da expressão plástica e sobre materiais e métodos indicados para crianças e contribuir para o auto-conhecimento e o desenvolvimento criativo dos próprios educadores.
No segundo Modulo que irá decorrer no dia 27 de Abril, faremos a apresentação e experimentação de materiais adequados para apoiar a expressão plástica das crianças, nomeadamente na pintura: Materiais secos e líquidos com foco no conceito da cor.
Por fim no terceiro módulo que irá decorrer a 22 de Junho, falaremos sobre materiais Tridimensionais
Explorando materiais tridimensionais como o barro, materiais de reciclagem. A nossa oficina terminará com uma reflexão sobre o papel do adulto na arte-pedagogia e quem sabe lançará a semente para novos olhares sobre os espaços dentro da vossa sala?
Não percam esta oportunidade e juntem-se à nossa turma de educadores investigadores. Faz a tua inscrição através do link.
Até breve.
Milena Branco