ConCENTRAÇÃO

 Hoje durante a hora de almoço ouvi uma entrevista fantástica ao poeta brasileiro Severino Antônio e ele falava sobre a concentração.
Diz o poeta que a concentração só se dá quando na oportunidade que a criança tem de investigar de corpo e alma.

 "A criança se conCENTRA usando todo o seu corpo. Ela se coloca no CENTRO da investigação, como um TODO que investiga. Sabemos que ela está em concentração plena quando o seu CORPO nos fala isso por inteiro " Severino Antônio


Sobre esta sequência de imagens eu diria «Aqui está a definição da conCENTRACÃO. E NÃO, não precisa de mesa e de cadeira para se conCENTRAR. Não se pode separar a cabeça do corpo, pedindo que se concentre "pensando sem as mãos" ou que o faça sem cabeça, ou que "escute sem falar", ou que "compreenda sem alegria"... (Relembrando o poema das cem linguagens de Malaguzzi)
 
A Criança precisa de toda a sua mobilidade, de todo o seu movimento, do seu corpo, das suas emoções para agir sobre os materiais e sobre a sua materialidade. Nesse encontro entre si, com todo o seu corpo e mente, e os recursos disponíveis, a criança descobre o seu centro, o seu equilíbrio e assim ela permanece na investigação conCENTRADA.


 

Para brincar a criança precisa desse Foco, de se  sentir ConCENTRADA, Mas afinal, do que brincam as crianças?

De duas coisas sérias... de "faz de conta" e do "outra vez".


Quando brinca ao faz de conta a criança constrói os seus conceitos sobre o mundo, a vida. Ela cria narrativas imaginárias, vive na pele os diversos papéis, é MÃE que cuida, é o FILHO que é cuidado, ela imagina a casa, a escola, o carro, a rua, a cama, a manta... E depois deste BRINCAR "faz de conta", ela decide BRINCAR ao "OUTRA VEZ" e tudo se repete, uma e outra vez e outra e outra e nunca nenhuma será igual ou repetida de significado... falta dizer apenas que nada neste brincar é fingido, na infância TODO o brincar é verdadeiro. A criança merece respeito pela ação do brincar e tempo para se dedicar a ele.


Quem disse que a poesia não vive na infância sofre de amnésia da criança que foi um dia.