Viagem ao País dos Pais

Este ano começamos a planear o dia do pai muito cedo.
O mote foi a mala de viagem e uma aventura especial ao país dos pais!

 Foto de Envolve-te

A prioridade é envolver as famílias e promover vivências que celebrem as relações afectivas entre as crianças e os seus pais, ou figura de referência equivalente,como os tios, avós, irmãos, padrinhos, ect..

Assim promoveremos a importância do papel dessas figuras na vida das crianças, identificaremos laços de parentesco, educaremos para os valores e para a  noção de pertença, envolvendo as famílias nos projetos da nossa sala.

Pensámos em diversas atividades e situações onde a criança possa vivênciar em grupo e em família esta celebração em modo de viagem...
Foto de envolve-te

O nosso plano é isso mesmo apenas um plano, um roteiro vivo, sempre aberto a novas situações e propostas das crianças, da equipa e das famílias. Assim surge a ideia da construção dos roteiros de cada pai, ás familias pedimos fotos de bons momentos entre pais e filhos e uma legenda simples que descrevesse esses momentos.
 Solicitámos também um objeto com o qual a criança poderia apresentar ao grupo o seu pai num momento de grande grupo, promovendo a comunicação, a riqueza do vocabulário e claro a noção de pertença.



 De casa vieram objetos como meias do pai, um camião, óculos e sol, um cachecol do clube do pai, um gorro e camisola, um telemóvel...entre tantos outros...
A construção do sentido de pertença a um grupo, faz-se diariamente. A criança aprende a identificar o que lhe pertence física, social e emocionalmente. Sente-se acolhida no meio de outros cujo o sentir se assemelha: O MEU pai, a MINHA casa, a MINHA história é apenas isso, MINHA, mas esta partilha do que é MEU com os outros faz de nós um grupo. Vivemos física, social e emocionalmente estes mesmos conceitos.
 
Enquanto a mala ganhava elementos de casa, na sala fomos construindo com o grupo a ideia deste país dos pai, a cor que os pais gostam...as coisas que os pais fazem...
Numa manhã de sol demos cor a um painel, e lá foram eles para a cor azul...segundo a Emily, o azul é a cor dos pais...usámos esponjas em vez de pincéis e ficou pronto o nosso painel...


Tendo em conta que as áreas e os domínios são transversais, os nossos projetos visam tocar em todos eles e não se pretendem espartilhar ou segmentar um ou outro domínio em particular, por isso tentamos promover situações que permitam esta transversalidade
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Na sala gostamos de receber propostas também da nossa comunidade educativa e por estes dias a colega Ana Cristina veio à nossa sala oferecer um livro sobre um pai muito especial, «O meu pai», proporcionou bons momentos ao redor do livro e das suas ilustrações...


Durante a hora do conto ficámos a conhecer este Pai que é em muito parecido com o pai de cada uma das crianças do grupo, abordámos de novo os nossos roteiros e verificámos que todos fazem um pouco das atividades apresentadas na história. assim podemos fazer a ponte entre a narrativa e a vida real das crianças do nosso grupo.
 Provocámos o grupo: «como se chama o teu pai?», afinal o pai tem um nome... ficámos surpreendidos, quase todas as crianças sabem o nome do Seu Pai!

Fizemos um registo e colocámo-lo no painel das histórias juntamente com as ilustrações que o grupo escolheu como mais significativas.
Se o pai tem um nome terá de certo uma figura diferente, ou seja cada pai é diferente do outro como somos todos nós, cada pai é ÚNICO.

 
Voltámos ao atelier de desenho e pintura e cada um mediante a sua leitura e capacidade de registo realizou o retrato do SEU pai. Explorámos lápis de cera e posteriormente as tintas. Durante estas atividades fomos observando algumas alterações no traço e recolhemos importantes informações de cariz avaliativo. Os rabiscos estão lentamente a tomar a forma de garatujas nomeadas. Cada um dá um significado à sua produção e apresenta-a aos colegas em circuitos de comunicação.
foto de envolve-te

Durante cada atividade somos observadores atentos, na escuta e no registo dos elementos demonstrativos das novas aprendizagens, porque a avaliação é assim continua e visa desenvolver e dar continuidade à nossa ação.
Chegou finalmente o dia de abrir a nossa mala!
E a reacção foi fantástica!
Cada um reconheceu o objeto do SEU PAI e partilhou-o com os seus colegas, juntando esta descoberta à dos roteiros que agora enriquecem a nossa casinha dos livros, afinal os nossos roteiros são de leitura fácil e dão a conhecer ao grupo formas diferentes de encontrar informação além dos livros tradicionais.

Da mala saíram objetos e com eles histórias narradas por cada criança, como a Estela que trouxe as meias do pai porque ele as deixa sempre o chão e a mãe não gosta! Observar a sua capacidade de narrar estes pequenos episódios é muito significativo. Tomamos nota de mais esta evolução.


Foto de envolve-te
Os adereços e objetos de cada pai tornam o nosso jogo simbólico mais rico, podemos realmente usar os objetos dos nossos pais e brincar ao faz de conta, reinventando as vivências das suas vidas reais.
Brincar é a linguagem natural da criança. Promove competências pessoais e sociais essenciais. A criança aprende pela descoberta das capacidades e características dos objectos que manipula, pela criatividade com que os usa...
A criança treina a persistência, a cooperação, a frustração, as suas capacidades manipulativas e de coordenação... Descobre a causa efeito no uso combinado de objetos, desenvolvendo as capacidades cognitivas; a linguagem, o pensamento criativo, as noções de tempo e de espaço...
Brincar é realmente uma coisa séria!

Está concluída a primeira fase do nosso projeto «viagem ao país dos Pais», já planeamos nova etapa nesta viagem!

Uns divertidos encontros que promovam pontes entre nós, o grupo e as nossas famílias, celebrando esta relação e o vínculo afectivo entre pais, filhos, tios, avós, padrinhos...
E claro um presente especial para oferecer aos nossos PAIS!
Não percam as nossas Oficinas do brincar!
Até breve,
Ed. Milena Branco