Torres, papel, e tesouras

Olá a todos!
Bom ano novo!!
Que seja um ano de novas descobertas e explorações!!
O nosso ano começou da melhor forma, com a descoberta de uma tesoura!

Não foi uma novidade, afinal no projeto da árvore especial nós já havíamos explorado este instrumento.
No entanto, a tesoura não habita no nosso atelier diariamente, mas sinto que agora será habitante deste espaço!
"Toda a dimensão da imaginação humana  se baseia na experiência, no manuseio, na mistura, em massas, substâncias que se transformam pela nossa ação."(DEHEINZELIN, 2008) 


No primeiro dia depois das férias alguns dos exploradores foram para o atelier com o L. para explorar a tesoura que ele trouxe para a escola. 
Alguns foram recortar, explorar o movimento, o objeto -tesoura-, os papéis diferentes na cor e na textura...Alguns recortam com destreza outros fizeram uma nova descoberta, e por isso, tivemos de voltar a esta investigação!
 É preciso tempo para criar relação com o material e a transformação que ele executa! Sentimos logo um novo projeto a chegar!!

Sabemos que devemos permitir a exploração do novo recurso, precisamos de o ter no atelier em número suficiente para todos... Precisamos de ter também disponíveis diferentes tipos de papeis e de colas, permitindo as investigações, de forma a promover a relação entre a criança e os diferentes recursos, explorando diversas técnicas de recorte e colagem.
É preciso dar-lhes tempo e oportunidade para essa investigação.


Se no primeiro encontro com o novo recurso se pode designar de exploração, os que se seguem devem chamar-se investigação, pois nela a criança desvenda as diversas formas de a usar, de a combinar, de a testar... é preciso tempo e oportunidade para explorar as suas 100 linguagens, na construção de narrativas artísticas , que nos convidam a nós, educadores, a ver além do naturalmente presente e representado.

«A organização do tempo e a escolha dos materiais a serem explorados em cada atividade devem considerar a necessidade da repetição, pois algumas crianças podem reagir com repulsa quando em contato com algum material pela primeira vez. Por isso, precisam de mais tempo para aos poucos se familiarizarem com as sensações produzidas pelas suas características físicas. Como o tempo de exploração de cada criança é diferente, torna-se importante garantir atividades alternativas para que as que terminem antes possam se ocupar.» Arte na creche, expressão plástica

Na nossa sala cada criança pode organizar a sua ação no espaço e no tempo, explorando os recursos que temos disponíveis.
Assim a área das construções é sempre um espaço muito habitado...
e funciona em exploração paralela com o atelier por exemplo.

Lembram-se do foco de interesse da E. antes das férias de natal?
Sim sobre a investigação das torres altas?

"Utilizaram-se nessa proposta materiais diversos que estimulam a imaginação, a interação e o potencial criativo da criança. Os elementos não estruturados favorecem uma exploração rica e maior conhecimento de texturas, formas, pesos, temperaturas diferentes entre si. Tais elementos foram organizados de forma a convidar as crianças para várias atividades, valorizando a brincadeira» Arte na creche, narrativas infantis


A exploração da construção de torres continua a ser um grande foco de interesse que tem contagiado o grupo. A E. tem procurado alargar a sua investigação a outros recursos, além do blocos de madeira. Os tubos de cartão abrem caminho à exploração, à apropriação do conceito de « torres altas», levando-a a projetar e a resolver as problemáticas que surgem durante as suas construções.
 

Ela sabe que uma base sólida torna a construção mais estável.
e alarga a sua investigação usando materiais que podem ser mais resistentes e estáveis, como os tubos de cartão e as grandes rodelas de madeira.

A sua torre torna-se mais estável, e ela procura uma base intermédia para dar continuidade à exploração do conceito de estabilidade e equilíbrio... encontra uma caixa de ovos, e a construção continua a ganhar forma e altura... usa os pinos da caixa para encaixar os tubos, não há dúvidas sobre a compreensão da E. quanto ao conceito equilíbrio e estabilidade
e da sua capacidade para identificar e resolver problemas.




No entanto há ainda algo que a E. não consegue resolver... afinal porque caem as torres altas??

Não há forma de não apoiar a E. nesta investigação, vamos ajudá-la a encontrar uma resposta válida à sua pergunta inquietante.

Afinal porque caem as torres altas?