Agenda Sítio da Educação, muito mais que um objeto, é um instrumento!


Estamos na reta final do ano letivo e aqui no Sítio da Educação já estamos com a cabeça próximo ano!!

Hoje é o grande dia de lançamento da nova agenda Sítio da Educação!
Defendemos e acreditamos, juntamente com as centenas de educadores de infância que se juntaram a nós neste projeto, que esta agenda não é apenas um objeto de organização, ela é um verdadeiro instrumento de Escuta, Reflexão e Voz da criança!

E porque este é um projeto coletivo, feito por muitos educadores que em rede se juntam a nós na jornada da defesa da criança e da infância, pensámos em unir toda essa grande equipa para a primeira grande decisão, a nossa capa!

Este ano letivo ousámos realizar instalações diversas, apostando em materiais naturais, afastando-nos cada vez mais do uso dos brinquedos convencionais. Assim as nossas capas refletem essas nossas escolhas e podem acompanhar as atividades a que se referem aqui e aqui que deram origem à escolha da primeira opção de capa a que demos o nome de Barro.
A  segunda opção tem a designação Árvore e nasceu também de uma instalação com trapilho e balões. Uma das muitas instalações que fomos explorando sobre as quais podem saber mais aqui e aqui.
 Eis então o resultados da votação (que aconteceu nas redes sociais facebook e Instagram):
Capa Barro - 35%
Capa Árvore- 37%
A votação foi muito equilibrada mas temos um vencedor!!!
A nossa nova capa será uma homenagem à Árvore da nossa sala e a tudo o que vivemos ao redor dela!
Para quem ainda não conhece o interior da nossa agenda vamos mostrar aqui um pouco dos seus conteúdos.

 A nossa agenda Sítio da Educação tem uma área para tomar notas sobre cada criança. Temos 25 fichas de aluno disponíveis. Este é um espaço para celebrar a individualidade de cada criança do nosso grupo.
Este é um espaço para anotar a sua história, a sua bagagem cultural e social. Geralmente a reunião inicial serve para alimentar os primeiros apontamentos e ao longo do ano vamos tirando  notas de leitura e registo do desenvolvimento e da voz de cada uma das crianças do grupo.

Apresentamos um espaço para os apontamentos necessários que devem compor a avaliação nos diversos momentos do ano letivo.
Avaliar no contexto de creche ou jardim de infância é ir além do observável,  da leitura de tabelas...
Avaliar deve ter uma finalidade construtiva tanto para a criança, como para o seu educador. Esta é a oportunidade de verificar se os objetivos inicialmente traçados para esta criança foram os mais corretos, se a forma como conduzimos a nossa prática foi a mais proveitosa para aquele grupo de crianças, será que serviu os seus interesses, será que lhes deu Voz e Vez??
As estratégias foram audazes? As planificações foram reflexivas o suficiente para dar ouvidos ao grupo? O que poderia alterar?
 Assim, o processo avaliativo deve «rever os objetivos e planear atividades adequadas, dando assim um real ponto de partida para esta observação. Torna-se necessário ao educador construir conhecimentos e refletir sobre o processo avaliativo formal na Educação Infantil.» (Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO)

Sabendo que a nossa ação se desenvolve a partir da observação atenta do grupo e da nossa capacidade de Escuta, criámos os separadores de planificação mensal (de setembro a julho).

Depois de algum tempo a observar o grupo e a registar os seus focos de interesse, podemos usar as páginas de Notas para criar os nossos pontos de partida. Definindo o caminho a seguir,  usando uma ou algumas das escolhas de entre as muitas possíveis e que nos guiarão ao longo do mês.
Realizando uma breve reflexão sobre o contexto, o espaço, o tempo e os recursos a usar.
Identificados que estão os focos de interesse, e os contextos definimos a possibilidade de investigação. Vamos agora articular a nossa ação pelas áreas e domínios, tendo em consideração que toda a ação da criança se faz de forma articulada e holística. Usaremos então os separadores Mensais, tendo em conta que:

«o desenvolvimento e a aprendizagem são vertentes indissociáveis do processo educativo e uma construção articulada do saber em que as diferentes áreas serão abordadas de forma integrada e globalizante.» (fonte OCEPE)

«Articular a abordagem das diferentes áreas de conteúdo e domínios, para que se integrem num processo flexível de aprendizagem que corresponda às suas intenções pedagógicas e que, tendo a participação da criança, faça sentido para ela. Esta articulação poderá partir da escolha de uma "entrada" por uma área ou domínio, para integrar outros.» (fonte- OCEPE)

Faremos escolhas sobre os conceitos a investigar e delineamos formas de promover no grupo essas investigações, sem esquecer que a criança é feita de múltiplas linguagens e que todas devem ser contempladas durante as propostas de exploração.
Devemos dar igual importância ao planeamento da forma como iremos abordar tais investigações, organizando os espaços da sala, o tempo, os materiais a utilizar, a forma como o grupo se poderá organizar, atendendo à multiplicidade de atividades na sala, dando oportunidade para a repetição, contemplação e ao direito até da não participação... Este é um importante investimento do educador, pois estas escolhas (a forma como serão usadas e apresentadas as propostas) vão funcionar como um convite à curiosidade, à agência, à entrega, ao encantamento da criança que lhe permitirá alargar e  investir nas suas investigações.

Chegamos assim à Planificação Semanal.
Registando de forma mais direta as nossas provocações.
De segunda a sexta-feira podemos criar uma linha condutora da nossa ação pedagógica, tendo a criança como guia e centro de atenção.
E porque o tempo e a agência da criança são sistemas vivos, eles não permitem um planeamento fechado e estanque, antes pelo contrário, chamam-nos à reflexão diária aos reajustes. Juntos, educador, criança e grupo darão continuidade ás investigações, ao fio condutor que cresce e se modifica com eles.
É preciso então justificar e refletir cada escolha e proposta de forma a Escutar, Responder e Povocar novas situações, que nos lancem andaimes e que nos façam, juntos, educador, criança e grupo, subir apoiados entre si.
Desta forma transformaremos espaços em ambientes, atividades em provocações e faremos de cada dia uma oportunidade para gerar vivências significativas genuínas e promotoras de aprendizagens efectivas.

Por isto e por muito mais, que em breve vos mostraremos e refletiremos juntos, que continuamos a afirmar: esta Agenda não é apenas um objeto de organização, ela é um verdadeiro  instrumento de Escuta, Reflexão e Voz da criança! Um instrumento que fará de nós educadores mais provocadores, mais companheiros, mais reflexivos. Parceiros na aventura da descoberta do mundo e de tudo o que nele existe.
Somos Educadores, promotores da investigação e da descoberta e não outra coisa qualquer!



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